Desde que a enfermeira Mônica Calazans recebeu a imunização contra a COVID-19, muita coisa mudou. De 17 de janeiro de 2021 até aqui vimos a entrada de novas vacinas no território nacional, o surgimento de variantes do vírus, as marcas tristes de casos e de mortes. Mas, felizmente, o que antes era “eu conheço alguém que teve coronavírus” agora mudou. Estamos a cada dia falando mais que conhecemos alguém que fez a vacinação.
Por esse motivo o Círculo Saúde resolveu reunir os mitos e verdades sobre as vacinas disponíveis no Brasil contra a COVID-19, para que você descubra de uma vez por todas o que é fato ou não.
Atualmente existem quatro tipos de vacinas autorizadas sendo feitas no país: CoronaVac, Oxford/AstraZeneca, Pfizer/BioNTech e Janssen.
Vale ressaltar que todos os quatro imunizantes são eficazes contra a evolução grave da doença, e não se deve escolher por tipo de laboratório, de possíveis efeitos colaterais ou de quantidade de doses.
Assim como qualquer outra vacina ou medicação, as reações podem existir, algo que não deve afastar a população do calendário de imunização.
Outra coisa que precisa ser considerada é que cada pessoa tem um tipo de reação diferente – algumas, inclusive, nem mesmo manifestaram qualquer tipo de “anormalidade”, como sintomas pontuais (dor no local da aplicação) ou sistemáticos (febre, dores no corpo, etc).
Uma mentira muito difundida é a de que as vacinas causariam o coronavírus, uma vez que uma pequena porcentagem da população que recebeu o imunizante apresentou os sintomas parecidos com os da doença. Outra notícia falsa é que apenas quem apresentou reação à vacina está protegido.
Na verdade, como explica a reportagem da Veja Saúde, o que ocorre no corpo é uma reação natural ao agente detectado. Ou seja: a vacina é como se fosse um treinamento para o organismo, e assim se formam os anticorpos que irão combater uma possível infecção futura.
Enquanto algumas pessoas simplesmente recusam-se a receber as doses de acordo com o calendário regional, outras ainda têm preferência pelo laboratório que assina a produção.
Analisemos os tipos de vacina e os seus princípios:
A vacina do Instituto Butantan provoca menos reação do que as demais disponíveis no país, isso porque é feita com vírus “morto”, e com outras substâncias adicionadas à solução que ativam a resposta do sistema imunológico.
Aqui, o imunizante pode provocar maiores efeitos colaterais, semelhantes aos de um resfriado comum, afinal utiliza um tipo de adenovírus, mas modificado, para ser incapaz de se replicar no corpo humano.
Esta vacina usa uma base de RNA mensageiro, e a resposta corporal pode ser imediata. Logicamente este RNA empregado é modificado, para ficar dentro dos padrões esperados, sem causar grandes reações ao indivíduo que a recebe.
Por fim, este imunizante utiliza o mesmo princípio da Oxford/Astrazeneca, o adenovírus alterado, que o torna incapaz de se reproduzir.
Esta pergunta é impossível de ser respondida, porque, como visto antes, as preparações são distintas, e engana-se tem pensa que uma vacina pode ser melhor ou pior do que a outra. Todos os imunizantes foram testados e tiveram bons resultados em evitar casos graves da doença, que resultem em internação ou mesmo óbito.
Para sua completa eficácia, porém, as vacinas devem ter seu formato correto de aplicação, com todas as doses necessárias sendo feitas e no intervalo de tempo adequado, a ser orientado pelo Ministério da Saúde e pela marca responsável pela produção.
Todas as vacinas citadas necessitam de duas doses, exceto a Janssen, que necessita apenas de uma dose para sua eficácia.
Desde o início da corrida vacinal, essa é uma questão debatida, afinal trata-se de um caso diferente em relação aos demais.
O Ministério da Saúde incentiva gestantes e puérperas (mulheres que tiveram parto há 45 dias) sem comorbidades a se vacinar. Entretanto, a recomendação é de que as doses recebidas sejam da CoronaVac ou Pfizer, que, ao contrário das vacinas AstraZeneca e Janssen, não possuem vetor viral.
Outra recomendação da pasta para gestantes e mulheres no pós-parto é o de evitar imunizações alternadas, entre um laboratório e outro, ainda que especialistas especulem que não haja problemas em optar pela segunda dose da Pfizer, que possui estudos que embasam seguridade, eficácia e melhor recebimento pelo grupo em detrimento dos demais imunizantes que exigem segunda rodada de vacinação.
O Programa Nacional de Imunização (PIN) não é favorável ao uso combinado de vacinas distintas, ou seja, que não são para o mesmo fim.
Para reforçar este posicionamento, a contraindicação se deve ao fato de que mais estudos precisam ser realizados para comprovar ou não a eficácia das imunizações ajustadas à vacina contra o coronavírus.
Ao contrário do que muitos pensam, quem já teve a doença deve sim se vacinar, afinal casos de reinfecção já foram relatados.
O ideal é que se espere 30 dias entre o início dos sintomas e o dia da vacinação, para que o organismo possa se recuperar e o imunizante tenha o efeito imunológico esperado.
Como analisado, as vacinas contra a COVID-19 tem um propósito muito claro: evitar que casos graves do vírus sejam desenvolvidos.
A imunização é apenas uma parte do que deve ser feito para controlar a disseminação da pandemia. Após receber a dose única ou as duas doses, não se pode relaxar nos cuidados básicos.
Uso de álcool em gel, utilização de máscaras, distanciamento social, quarentena, não compartilhamento de fake news sobre o coronavírus…
Isso tudo vai passar, mas até lá, que ajamos da melhor forma possível: cuidando uns dos outros, com senso de comunidade e de zelo por nós e pelo próximo.
Fontes:
https://www.nsctotal.com.br/noticias/quem-ja-teve-covid-19-pode-tomar-a-vacina?amp=1
https://blog.circulosaude.com.br/2021/04/14/vacina-da-gripe-x-vacina-covid-19/